FUTEBOL CASUAL, parte 1



Quem tem tempo, nos dias de hoje, para aproveitar o futebol em sua plenitude? Não dá pra ficar cinco horas por dia acompanhando as fofocas do campeonato romeno, apenas para poder embasar suas apostas no BetBalanço789, ou ficar à mercê das piadinhas do Ivan Moré ou das presepadas do ex-ídolo do Guarani que fala tanta merda que pode ter dentes na bunda. Logo, tem que ser coisas rápidas, para ler entre as estações de trem, que farão com que você pareça o comentarista esportivo que acompanha jogador até o vestiário. Vem comigo que você passa de ano. 


Dizem que a fé move montanhas. E eu digo que a montanha de merda que soterra o futebol do São Paulo Futebol Clube só será movida com #pás. Pás e enxadas, num esforço coletivo. Não adianta nada ir ao estádio, colocar 50 mil pessoas para bater palma pra Edmar na lateral esquerda, e não cobrar o desmonte que o Leco fez no clube, ou a microcefalia futebolística do Cueva, que não tem cabeça dentro e fora das quatro linhas. Há de se fazer da reza uma realidade para tirar o São Paulo da degola.

FÉ (2)
Eu acredito piamente que, aos quarenta e nove do segundo tempo, quando a porca torcer o rabo, a proba e profissional administração do Sport Club Corinthians Paulista fará um novo acordo mefistofélico para poder se salvar das contas do clube oriundas do sonho da casa própria (o carnê é o único que sempre vence, lembrem-se disso), e terá a ver com os NEIMIM RAITS que estão sendo prometidos desde o tempo em que Dilma era presidente e o Estado Democrático de Direito era uma realidade, e não uma relíquia de um tempo há muito esquecido. E daqui a algum tempo 30 milhões de línguas que falaram sobre a “Mãe Crefisa” serão devidamente gratinadas ao molho madeira, com acompanhamento de purê de mandioquinha e arroz colorido.

FÉ E CIÊNCIA
Me custa crer que o Fortaleza Esporte Clube, o Leão do Pici, está na estrada branca entre o fogo do inferno e a inundação da vaidade. Depois de apanhar do Confiança por 2x0 e ficar com a faca no pescoço para decidir contra o Moto Clube, dependendo de um empate para conseguir subir à fase final da Série C, pode ao mesmo tempo dar muito certo e ao mesmo tempo muito errado. O Leão de Schrodinger está no desespero de não conseguir nem subir para a fase final (e se poupar do contínuo vexame do jogo de acesso, que eu acompanho há quatro anos por questões de foro íntimo e pessoal) e pode estar nos píncaros da glória de um time que não está de salto alto e não tem a torcida no clima de “nos vemos na Série B”.

CIÊNCIA
Lembro que, nos dias mais desesperados de desespero do desemprego, havia uma vaga de emprego para jornalistas contribuírem para sites de “estatísticas esportivas” da Europa. Eu botava a minha bunda no estádio e, por cem reais, eu deveria anotar as faltas, cartões, gols, passes errados e finalizações. Fazendo da estatística esportiva algo tão moderno quanto o Ceagesp da Vila Leopoldina, onde a tração humana ainda se faz necessária para levar os engradados de frutas. É como imaginar que Las Vegas é movida a imigrantes filipinos que fazem fogueiras para alimentar as luzes da avenida dos cassinos.

CIÊNCIA (2)
Todo mundo odeia os fantasy games, é a nova moda. Não se pode conceber a idéia de uma abordagem imparcial, neutra e livre de clubismo em cima do esporte das massas. Porque ao perceber e reconhecer que o time dos outros tem melhores jogadores, boa parte da pauta de programas esportivos e grupos de Whatsapp vai cair por terra. E o que sobra depois disso? O marasmo, a indolência, a modorra e o suicídio. “Ouviria com toda a alegria do mundo todas as doces mentiras que saem dos seus lábios”, diriam os aficionados à nostalgia do futebol no tempo do mimeógrafo.

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