Camisa 10 da Seleção Brasileira: Fim de uma era?

Polêmico!

Muitos vão estão gritando nesse exato momento: “Mas e o Neymar?! Ele é o 10! É craque!”

O Neymar recebeu a 10 da seleção por falta de outro, até porque há pouco tempo ele jogava com a 11. O Felipão, sabendo da moral do garoto, usou esse artifício para motivá-lo e deixar bem claro que a missão de conduzir a Seleção Brasileira pelos próximos anos (e eu diria, pelo menos,  pelas próximas 3 Copas do Mundo).

A idéia não é discutir a qualidade daquele que, hoje, veste a camisa 10 amarelinha, mas sim perceber que o tal meia-armador, cérebro do time, já não existe mais na nossa seleção. É tradicional pensarmos que o 10 é aquele cara que acalma o jogo, quando necessário, organiza o time, é o maestro do espetáculo e entrega a bola para os atacantes executarem o grand-finale!

O camisa 10 deveria ser aquele que se você perguntar pra sua mãe, ela saberia.

Muitos de nós pensamos que esse “maestro” seria o PH Ganso, que estourou justamente fazendo dupla com o Neymar, no Santos. Não é possível afirmarmos o que aconteceu na condução da carreira dele, se foi culpa de algumas contusões precoces, se foi mal orientado por empresários,  ganancioso, perdeu o bonde de ir para a Europa e desenvolver mais seu futebol, ou se simplesmente foi fogo de palha mesmo. É inegável que tem seus lampejos de talento, mas nem de longe é “o cara” para assumir essa 10. Hoje não é nem titular absoluto do São Paulo, e talvez ainda tenha respaldo por conta do seu histórico.
Deixou escapar a sua 2ª Copa do Mundo...

O número na camisa é usado em Copas do Mundo desde 1950, mas como foi uma idéia para ajudar na identificação, em seu início pouco importava, era entregue aos jogadores vezes em ordem alfabética, vezes em ordem de inscrição. Tanto que na Copa de 1958, nosso goleiro (hoje, usual camisa 1) foi campeão do mundo usando o número 3.

E por que a camisa 10? Poderia ser a 8, 6, 3..tanto faz. Por um acaso do destino, os deuses do futebol quiseram quiseram que o menino Pelé, com 17 anos, recebesse a 10, em 1958. Reza a lenda que a partir de então esse número ganhou a importância que tem e passa a ser entregue ao "cara" do time.

Veja todos os camisas 10 da seleção Brasileira em Copas do Mundo:

1958 1962	Pelé Pelé	Apesar de não ser o clássico jogador de meio campo, dispensa comentários. Esse foi extra-terrestre. O melhor de todos os tempos
1966	Pelé
1970	Pelé
1974	Rivellino	O Maradona não cansa de dizer que seu ídolo foi o Riva. Técnica apurada na perna esquerda que lhe permitia um futebol brilhante de lançamentos longos e passes precisos, potentes chutes de longa e meia distância, foi também exímio cobrador de faltas.
1978	Rivellino
1982	Zico	O Galinho é outro que dispensa comentários. Organizava o jogo. Perito em cobranças de bola parada e lançamentos perfeitos.
1986	Zico
1990	Silas	A seleção Brasileira na Copa de 90 foi um laboratório para o Professor Pardal Lazzaroni. Nada contra o Silas, mas essa camisa 10 era pra ter sido do Neto.
1994	Raí	Esse tremeu... Ele deveria ter sido um 10 clássico para a seleção, mas no 1º jogo contra a Rússia, foi sacado e não voltou mais.
1998	Rivaldo	Craque. No auge foi eleito o melhor jogador do mundo. Passes precisos, elegância em campo. Representou muito bem a 10 canarinho.
2002	Rivaldo
2006	Ronaldinho	Espetacular! Genial! Acrobático! O Ronaldinho do Barcelona...Mas na seleção foi bem, não era muito contestado, e em alguns jogos brilhava.
2010	Kaká	Em grande fase, representou bem. O "bom menino" deve ter perdido seu espaço por conta das contusões e período de má fase no Real Madrid. Na seleção assumiu a 10 e apesar da eliminação na Copa de 2010, foi bem.

Agora nos resta esperar que o menino Neymar brilhe na Copa do Mundo de 2014, sabemos que ele não joga como um 10, mas seu futebol tem todo o potencial para ser nota 10.

Pode não ser o maestro, mas vai ser o Top do Rolezinho! O Líder do Bonde!
Bate no peito moleque! Chama a responsa!

#OusadiaeAlegria #ÉTóis!