Cartas do Coração (na ponta da chuteira) #7

Olá bonitinhos!

Hoje é dia do poste fazer xixi no cachorro. Em vez de responder vossas perguntas (o que eu faço com o maior prazer, vocês sabem bem), eu que vou abrir o meu coração - na ponta da chuteira.



Poderia ser um caso de amor, poderia ser um conto erótico...
Mas é só mais uma das desventuras desse jogo de soma zero chamado vida.

1° Tempo
Conquistar boleiros é uma tarefa fácil e difícil, ao mesmo tempo. Na verdade nunca sei se eu os conquisto ou se eles me conquistam.
Porque não basta ser jogador, tem que ter um plus. É bom participar de orgias romanas regadas a Moet Chandon e aumentar o networking, mas é melhor ainda conversar com alguém que saiba que Sócrates não era só um jogador do Corinthians. Mas ai está o busílis: a linha tênue que separa o festeiro do babaca e o culto do chato.
A gente se conheceu em uma festa promovida por um festeiro babaca e fomos apresentados por um culto chato. Não tenho problema para me enturmar em festas, pois além de bem relacionada eu sou meio dada. Mas aquele dia foi atípico. Parecia ter sido roteirizado por Sofia Coppola. Estávamos lá, alheios a tudo o que acontecia, até nos encontrarmos.
Gosto de conversas despretensiosas com gente agradável. Sabe gente que fala sobre o PIB do terceiro mundo, os peitos da Scarlet Johansson e ainda fala mal sobre o esquema de jogo do Mano Menezes, tudo no mesmo “parágrafo” da conversa? Então, era ele. E era eu.
A gente se conheceu no final do Brasileirão 2012, no dia do Flamengo x Palmeiras que rebaixou o alviverde pela segunda vez. Era pós-feriado da república e eu estava com uma cólica terrível.
Você deve estar pensando: “Nossa, deve ter sido importante mesmo para ela se lembrar de todos esses detalhes”. Eu explico: além de ter uma boa memória eu sempre faço um link da minha vida com acontecimentos futebolísticos. Nasci em ano de copa: 1982. Perdemos para a Itália e o Telê Santana era técnico. Comecei a estudar em 1990, ano que fomos eliminados da Copa pela Argentina, com a seleção sob o olhar (nem tão sanguinário assim) do Lazaroni. Dei o meu primeiro beijo em 1994, na final do Brasileiro entre Palmeiras x Corinthians, que teve o alviverde como vencedor. Perdi a virgindade em 2000, ano de Copa João Havelange.
O meio futebolístico nos proporciona muitos prazeres e desprazeres. Dizem que não existe felicidade mais efêmera que a do futebol. Acredito nisso, mas digo ainda que não existe paixão mais efêmera também. Não pelo time (como torcedor), afinal isso seria uma heresia, mas pelo resto. Jogadores, marias-chuteiras e até mesmo “amor” a camisa. Hoje em dia não se ama mais a camisa e sim as cifras que ela representa. É raro alguém que jogue por amor. E também é raro quem se relacione por amor neste meio.
Voltando ao meu flerte fatal. Não lhes apresentei ele até agora, não é? Bem, ele é goleiro e joga em um grande time do eixo Rio - São Paulo. Aliás, já contei a vocês sobre a minha fixação por goleiros? Acho a posição mais máscula do esporte bretão. Me excita quando vejo um goleiro bravo com os companheiros por conta de uma bola mal recuada. Até São Marcos que era um santo às vezes perdia a linha com as lambanças da zaga. E eu acho isso extremamente sexy.
Todo bom goleiro faz cara de malvado em campo, grita alto, dá ordens e agarra com precisão. E esse me agarrou de jeito.
Passamos o nosso primeiro tempo em clima de amistoso entre Brasil e seleções menos favorecidas, onde o jogo é uma torcida só e tudo é festa. Só faltou soprar a vuvuzela.


Continua.

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