"Fecham-se as cortinas, torcida brasileira"

Só mesmo uma célebre frase de um mestre como Fiori Gigliotti seria capaz de ilustrar o fim da carreira de um dos poucos gênios que vi no futebol mundial. Vi craques, ainda há grandes jogadores, mas poucos, pouquíssimos, eu chamo de gênios. Um deles é Rivaldo, que encerrou a sua carreira neste domingo, com a mesma simplicidade que lhe era peculiar dentro dos campos.

Tive a honra de vê-lo atuando com a camisa do meu time. No dia 3 de fevereiro de 2011, Rivaldo estreava pelo São Paulo num jogo válido pelo Campeonato Paulista. O adversário era o Linense, recém chegado à elite do futebol paulista. Eu, que sempre admirei o que Rivaldo fez na sua carreira, não poderia deixar de acompanhar uma estréia como aquela. Estava diante de um dos ídolos da minha infância. Vê-lo, de fato, seria a realização de um sonho.

Até hoje digo que aqueles R$ 30,00 que paguei pelo ingresso foi um dos melhores investimentos à curto prazo da minha vida. Se não bastasse a vitória do São Paulo por 3 a 2, vi Rivaldo passear em campo, marcando o gol mais belo que vi num estádio de futebol. Confesso a vocês que naquela noite voltei a ser criança. Não estava vendo um gênio pela televisão. Aquilo era real!

Podemos discutir se Rivaldo soube ou não administrar a carreira, ou se em algum momento contou com um bom staff. Tudo isso não deixa de ser verdade, principalmente quando lembramos que o futebol se tornou um produto que transcende o conceito do esporte. Entretanto, não há assessoria de comunicação no mundo capaz de fazer o que o eterno camisa 10 da Seleção Brasileira fez no Mundial de 2002 Aliás, no conquista do pentacampeonato, muito se fala em Ronaldo, mas ninguém foi maior do que ele. Se em 1994 tivemos Romário, oito anos depois a Copa do Mundo foi de Rivaldo. Se hoje somos conhecidos como "a pátria de chuteiras", a "culpa" também é dele.