A importância do gol de mão

Por Pedro Cavalcanti

É difícil traçar um paralelo entre o nosso futebol com qualquer outra modalidade esportiva no país. Diferente do que muitos acreditam, costumo dizer que o brasileiro não gosta de esportes, mas sim de vencedores. O único ponto fora desta curva está justamente na modalidade mais popular do mundo. No Brasil, o futebol está acima das religiões e da política. De fato, somos milhões de palpiteiros com algum conhecimento sobre o assunto.

Entretanto, será que a supremacia futebolística está acima do bem e do mal? Os últimos resultados, dentro e fora de campo, indicam uma ruptura do termo "país do futebol". Ano após ano perdemos um pouco da identificação com os nossos clubes, mas principalmente com os nossos craques.

Fora da rota milionária que envolve os altos salários dos jogadores de futebol e das novas e modernas arenas para a Copa do Mundo de 2014, o handebol atingiu no último domingo o que eu considero como o feito esportivo mais importante de 2013 para o Brasil. O título mundial da Seleção Feminina na Sérvia foi conquistado 10 anos após a 20ª colocação no Mundial na Croácia. Nenhuma seleção brasileira entre as modalidades coletivas teve uma evolução tão rápida. 



Talvez por culpa da nossa cultura do "vai que dá" ou por conta da nossa necessidade absurda por resultados consistentes (leia-se "títulos"), raramente paramos para analisar a evolução das equipes esportivas, independente da modalidade. Para muitos de nós, pouco importa o que está sendo feito nos bastidores, desde que o resultado apareça o quanto antes.

O handebol brasileiro, alheio a esse tipo de comportamento, realiza um bom trabalho há anos, mesmo com patrocínios irrisórios quando comparamos ao investimentos dos 13 patrocinadores da Confederação Brasileira de Futebol. A partir do momento que os dirigentes da Confederação Brasileira de Handebol perceberam que as melhores seleções estão na Europa, o esporte foi tratado com seriedade e um grande planejamento foi feito para que os frutos fossem colhidos. O dinamarquês Morten Soubak, técnico da Seleção Brasileira Feminina na conquista do título, chegou em 2009 e foi o responsável não apenas pela recente conquista, mas também pela mudança de postura daqueles que cuidam do esporte. Os primeiro frutos foram colhidos em 2011, quando o Brasil foi o 6º colocado no Mundial, em São Paulo. Nascia ali um grupo que chamou a atenção das potências europeias. 

Diante de um futebol cada vez mais desinteressado nesse planejamento, fica muito claro que o sucesso dos nossos clubes e das nossas seleções só acontecerá se a semente for plantada com paciência, sem que a análise seja baseada apenas nos resultados positivos. Somente com esse pensamento, voltaremos a ser o "país do futebol".




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